Senzala
Quilombo
Favela
Às margens do mundo eu teci meu caminho
Andando sozinho em estreitas vielas
Enquanto você veio nas caravelas
Cheguei no porão escuro de um navio
Aportei sem razão e não tenho lugar
Minha brincadeira é crime
Pecado, a minha fé
O pão que o diabo tentou amassar
Eu cobri com as mãos
Reparti entre os meus
Fiz do medo canção
E da fome motivo
Entendi que estou vivo
Onde quer que eu esteja
Um dia é derrubada a cela
Um dia entraremos na sala
Favela
Quilombo
Senzala
Se eu pudesse ver o mundo
Com dedos e olhos em oração
Saía logo da janela
Fugia na minha jangada
Achava a chave do deserto
Entrava no lugar sagrado
Cantava a terra, o sol, a lua
Dançava com meus ancestrais
Florestas
Chapadas
Gerais
Foi bom te conhecer
Lindo país
Em suas lindas praias
Fui feliz
Foi bom te conhecer
Lindo país
Em suas verdes matas
Fui feliz