top of page
Buscar
  • Foto do escritorrodolfominari

O CANDEEIRO

No plantio dum roçado

Em meados de janeiro

Um preto foi acusado

De roubar um candeeiro

Sem demora foi levado

Pro pior cativeiro

Sem direito a advogado

Sem um juiz verdadeiro

Apanhou feito um coitado

Resistiu como um guerreiro

Isso seria lembrado

No império inteiro

Vasculharam a senzala

Na manhã do mesmo dia

Encontraram uma espada

De aroreira que luzia

Lembrança de sua infância

Presente de uma tia

Foi usada como prova

De sua grande rebeldia

E o preto foi surrado

Com tamanha covardia

Que por todos os lugares

O seu sangue se esvaía

Suas últimas palavras

Foram para sua guia

Nossa Senhora, perdoa

Quem não sabe o que fazia

Tempo seguiu sua trilha

Mas ainda sinto o cheiro

Do jasmim e da orquídea

De onde ele foi jardineiro

Hoje o preto é mensageiro

Pela voz de sua filha

E a sua espada brilha

Lá em cima do terreiro

1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

MUYRAKITAN

Todo ano Nas fontes do Rio Nhamundá Na serra Yaci-taperê As Icamiabas louvavam Yaci Na festa de Yacinará Dormiam com os Guacaris Depois mergulhavam em Yaci-uaruá Voltavam com barro sagrado Amuleto esv

O SOL

Dentro de ti Brilha um sol Deixa sair Sejas tu um farol E os que andam perdidos Na escuridão Acharão seu caminho Seguindo o clarão

ESSÊNCIA

Lembra de onde vens E que és pó das estrelas Lembra pra onde vais Dançar em outras esferas Enquanto isso, é preciso sorrir Plantar alguma beleza E se o mundo ficar contra ti Lembrar da tua essência Nu

bottom of page