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O CANDEEIRO

  • Foto do escritor: rodolfominari
    rodolfominari
  • 22 de mai. de 2020
  • 1 min de leitura

No plantio dum roçado

Em meados de janeiro

Um preto foi acusado

De roubar um candeeiro

Sem demora foi levado

Pro pior cativeiro

Sem direito a advogado

Sem um juiz verdadeiro

Apanhou feito um coitado

Resistiu como um guerreiro

Isso seria lembrado

No império inteiro

Vasculharam a senzala

Na manhã do mesmo dia

Encontraram uma espada

De aroreira que luzia

Lembrança de sua infância

Presente de uma tia

Foi usada como prova

De sua grande rebeldia

E o preto foi surrado

Com tamanha covardia

Que por todos os lugares

O seu sangue se esvaía

Suas últimas palavras

Foram para sua guia

Nossa Senhora, perdoa

Quem não sabe o que fazia

Tempo seguiu sua trilha

Mas ainda sinto o cheiro

Do jasmim e da orquídea

De onde ele foi jardineiro

Hoje o preto é mensageiro

Pela voz de sua filha

E a sua espada brilha

Lá em cima do terreiro

 
 
 

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