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NO MEIO DO MATO

  • Foto do escritor: rodolfominari
    rodolfominari
  • 22 de mai. de 2020
  • 1 min de leitura

É no meio do mato que eu moro

Em cima daquele barranco

Se pareço estranho a seus olhos

Saiba que aqui você é muito mais

Pois olha o seu passo inseguro

Com medo que o barro te possa sujar

Eu sou feito da lama de Nanã

Eu nasci nesta terra, é aqui meu lugar

Quando venho descendo este rio

Se escuto cantar o aracuã

Solto a lança e o jacumã

A rede das garças desfio

Deixo o barco ir correndo de bubuia

E me quedo olhando o sol se por

Junto as mãos quase em prece, quase em cuia

Pra colher todo licor

Sou Tapuia, e onde for

Venho e vou e sou Tapuia

Meninos, eu vi minha tribo

Numa aldeia Tupi

Ói passarim machucado

Se cai do periantã

Do seu peito é alimentado

O mandim e o matrinchã

Sou curumim regalado

Sou indiozinho que brinca

Sou uma criança ashaninka

Corro e pesco e canto e nado

Meninos, eu vi minha tribo

Do outro lado, e corri

 
 
 

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