É no meio do mato que eu moro
Em cima daquele barranco
Se pareço estranho a seus olhos
Saiba que aqui você é muito mais
Pois olha o seu passo inseguro
Com medo que o barro te possa sujar
Eu sou feito da lama de Nanã
Eu nasci nesta terra, é aqui meu lugar
Quando venho descendo este rio
Se escuto cantar o aracuã
Solto a lança e o jacumã
A rede das garças desfio
Deixo o barco ir correndo de bubuia
E me quedo olhando o sol se por
Junto as mãos quase em prece, quase em cuia
Pra colher todo licor
Sou Tapuia, e onde for
Venho e vou e sou Tapuia
Meninos, eu vi minha tribo
Numa aldeia Tupi
Ói passarim machucado
Se cai do periantã
Do seu peito é alimentado
O mandim e o matrinchã
Sou curumim regalado
Sou indiozinho que brinca
Sou uma criança ashaninka
Corro e pesco e canto e nado
Meninos, eu vi minha tribo
Do outro lado, e corri