Ganhei uma espada e asas de besouro
Para ir à distância que a Deusa deseja
Trazer da Medusa, em uma bandeja,
A feia cabeça que vale tesouros
Mas não sou herói, não desejo fortuna
Eu não sou Arjuna, nem Thor, nem Ulisses
Quem foi que lhe disse que aceito dinheiro?
Prefiro primeiro o sossego das matas
Pois guarde sua prata e recolha seu ouro
Me dê só um couro pro meu tamborzinho
Teci com carinho uma rede de malha
Casinha de palha pros meus mamulengos
Eu tenho um balaio cheinho de dengos
Pra quando o amor de minha alma voltar
Espero uma vida no mesmo lugar
Para ver aportar a metade perdida
Eu tenho um baú onde guardo segredos,
Vestidos e medos que ninguém mais usa
A espada e o olhar da Medusa...
Que a Deusa pediu, mas não veio buscar