Vim da roça pra cidade
Nunca vi melhor lugar que lá
E aqui não é tão fácil
Passei fome, frio e sede
Dei de cara com paredes
Consegui continuar
Esse terno remendado
Foi só quem me deu calor
Ai, cidade desalmada
Mais espinho do que flor
Até mesmo prum palhaço
É ruim não ter amor
Ai, ai, ai, ai
É ruim não ter amor
Sou do signo de áries
A criança universal
Que começa cada coisa
Mas não sabe ver depois
Nunca põe na frente os bois
Então haja cabeçadas
Digo isso por mim mesmo
Olha minha cara inchada
E o nariz vermelho
Ai, ai, ai, ai
O nariz vermelho
Licença, doutor
Será que o senhor
Pode me dizer
Onde fica a rua do prazer
E onde nasce a manhã ocidental
Quem soprou o assovio do pardal
E quem dá de comer ao gavião
Quem faz a vida germinar do chão
E sustenta as estrelas lá no céu
Quem riscou minha roupa de carvão
E quem foi que pegou o meu chapéu?
Ai, ai, ai, ai
Quem pegou o meu chapéu?
Ai, ai, ai, ai
O nariz vermelho
Ai, ai, ai, ai
É ruim não ter amor